25 novembro 2013

Paris, Cidade da Luz!




Raios de luz que brilham, estrelas de luz que cintilam…brancas, azuis e prata são as cores do Natal em Paris! Sim, definitivamente, a cidade da luz! 
Pelas ruas, no metro ou no comboio, a mistura étnica domina, denunciando o local à sua condição de capital europeia! É um olhar argelino, a cor negra dos corpulentos povos das colónias francesas, os irrequietos chineses, imigrantes ou turistas, os vizinhos de mesa trocando palavras em castelhano, “ o italiano em Paris” que ouvimos na rádio, ou o velhote sem abrigo, que com todos os seus pertences em 2 sacos plásticos, insiste em perguntar pelo aeroporto em italiano, não se fazendo entender pelos franceses pouco ou nada poliglotas…uns passos mais e entram-nos pelos ouvidos sons em português cantado…são 2 brasileiros estudando a melhor pose para a foto, que os envolve em sorriso de triunfo.
Da Place de la Concorde cresce o obelisco que de terras egípcias voou até aqui. Este esguio monumento contrasta com a gigante roda que lentamente circula levando e trazendo os turistas num vaivém contínuo. O Arco do Triunfo não parece longe ao fundo dos campos, que de campos pouco têm…Os Champs Élysées!
Passo após passo, entre árvores e largos passeios onde muitos transeuntes cruzam os olhares, percorro estes campos por cultivar, colho as imagens para guardar, semeio vontades para cá voltar. Os corpos cobrem-se entre quentes casacos, luvas, gorros e cachecóis deixando a descoberto os olhinhos sedentos das luzes desta cidade. É verdade que luzem mais no Natal! E mais ainda nos Champs Élysées…Das árvores desta avenida luzem estrelas cadentes e reluz cada ramo regelado pelo frio.
Alcança-se assim o espaço de luxuoso comércio desta zona da cidade: o entrar nas lojas descongela a ponta do nariz e trás consigo as ondas quentes de verão que convidam a despir os quentes apetrechos. Mas ao sair, a lágrima escorre do olho pela face levada pelo vento glacial e até a voz congela. O luxo, o design, a ostentação e a última moda moram aqui! Até um mero stand de automóveis conquista mil turistas com sua arrojada arquitectura, com linhas que esboçam as transparências deste edifício vítreo. São a Hugo Boss, a Dolce Gabbana, Gucci ou os demais conhecidos estilistas internacionais, as atracções turísticas que convidam os cartões de crédito a laborar, mas é a Louis Vuitton o extremo do consumismo: são numerosas formigas serpenteando a loja na corrida louca às malas, carteiras ou até armários de viagem com o conhecido padrão que também na rua se vê vender. Nesta luta desenfreada às compras exorbitantes o grande prémio vai, sem dúvida, para os chineses…
A noite cai e as luzes tornam-se cada vez mais brancas, mais azuis, mais cintilantes. A roda gigante continua a circular ao fundo do túnel sorrindo ao Arco de Triunfo que, imóvel, parece não ligar. Subindo pela sua contorcida escada alcançamos o topo. Os meus olhos, quase em estrabismo, seguem as labirínticas linhas que centenas de carros apressadamente traçam por diferentes caminhos, milagrosamente sem se tocar. Numa direcção, o vermelho dos travões…na outra, o branco dos faróis. Soma-se a luz azul da cidade e compõem-se as cores nacionais tecendo um longo manto que nos conduz o olhar até à gigante roda!

Rodando 180º sobre o nosso corpo temos um muito francês “déjà vu”: um novo Grande Arco …ou o seu espelhar no futuro. La Defense! O contraste nova-iorquino desta área cai a matar na cidade do romance de época! O sol raia em arco-íris de cor ao tocar os arranha-céus espelhados. Até Calder e Miró estão presentes!
Dos Jardins de Tuileries já se avista o Louvre. O imponente palácio é revigorado pela geométrica arquitectura piramidal das suas entradas cristalinas onde trespassam e reflectem os raios de luz e de cor. É neste que a maratona de cultura não tem fim…ninguém quer morrer sem conhecer Geoconda, o amor de quase todos os visitantes!
Da cultura vinda de outros tempos corra para os dias de hoje no Pompidou. Verdadeira inspiração de Richard Rogers e Renzo Piano, este contemporâneo traçado de canalizações coloridas e vidros foscos encerra em si uma colecção de moderno design, escultura e pintura ousada e um extravagante e sofisticado restaurante. Não deixe também de visitar o Musée d`Orsay, construção que germinou de uma antiga estação de comboios.
Continuando a vaguear pela arquitectura parisiense, não teria fim esta travessia...mas vamos ainda conhecer a obra de Jean Nouvel. O Instituto do Mundo Árabe com sua singular fachada, impressionando os que de fora a olham e encerrando ou desabrochando à luz externa para iluminar ou proteger os que dentro se encontram!
Quem vai a Paris tem que andar…passear…caminhar….e deixar-se encantar! Por cada avenida…cada praça, café imperial ou cada ruela. Pela margem sul do Sena, fotografando as diferentes atitudes da dama de ferro e o encruzilhado do seu comprido vestido…pelo coração da cidade, que numa ilha bate pela Notre Dame…por cada cor dos vitrais de Ste-Chapelle…ou até pela grande esfera de La Villette. Suba à colina de Montmartre e deixe-se balançar nos pequenos concertos com fundo Sacré-Coeur, vagueie pelas ruelas da vida artística e deixe-se pintar na Place du Tertre.
Para um final feliz nesta romântica cidade, adicione a este delicioso menu a voluptuosa sobremesa: um espectáculo no Moulin Rouge. Regue com um soberbo champanhe francês e disfrute! Xim-xim!















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