23 agosto 2014

Rumo à Galiza. Fogar de Santiso.


"Xosé Santiso é conhecido em toda a Galiza. Há quem diga que viveu da agricultura até ser atingido por um raio, decidindo então abrir um restaurante. Falámos com Xosé e percebemos que não foi atingido por nenhum raio, mas que viveu na Alemanha, Inglaterra e Suiça antes de voltar à terra natal e criar um lugar gastronómico assente em raízes tradicionais e sobretudo auto-suficiente. O resultado, ao cabo de 17 anos de funcionamento, é um espaço gigante, com salas interiores e muitas zonas ao ar livre, com capacidade para mais de mil pessoas. Quem chega ao Fogar acha que entrou num filme que mistura Tim Burton com os Flinstones.
Tudo é em madeira, com objectos ancestrais e frases espirituais escritas a giz pelas pedras do espaço.  À partida pode soar a devaneio de um velho tolo,... mas à medida que se conhece a filosofia percebe-se que o que ali fazem pode ser a única solução para o planeta. Cultivam tudo o que servem aos clientes, dos espinafres e pimentos padron aos morangos com que fazem os gelados. A carne e o peixe é apenas comprada a fornecedores locais e todo o lixo é usado para compostagem. Até as garrafas e vidros são usados para construir paredes, cadeiras e mesas." Time Out Porto, Agosto de 2013.
Esta foi a descrição que nos levou, num dia de chuva, por caminhos de cabras (exagero para realçar e  fazer sobressair a sua importância) até este local. Seguíamos o GPS, em dúvida se lá chegaríamos ou se valeria a pena, e, após alguns percalços relacionados com o tempo e o local, lá chegamos ao destino. E, pela quantidade de carros estacionados e aspecto exterior lá concluímos: concerteza valerá a pena! 
Sentamos-nos numa mesa alta numa sala com tecto em vidro que trazia a luz exterior ao interior como uma clareira no meio da tempestade, parede construída com garrafas de vidro, mesas e cadeiras em madeira, paletes aproveitadas e um ambiente singular. 
O manjar dos deuses incluiu hambúrguer caseiro de vitela galega, tempura de petingas e chouriço e grelhados na brasa apenas com sal. Não podia faltar o fresco alvarinho, duas sobremesas deliciosas (tarte de mouse de chocolate com nozes e a sobremesa especial do Fogar....), dois cafés e um bagacinho caseiro, meio impingido com a desculpa do têm que experimentar esta especialidade...
Com compromisso ecológico e de sustentabilidade, este restaurante é uma referência na cultura e restauração da Galiza. Localizado em Teo (Tresellas, 13, Luou) é visita obrigatória para quem vai a Santiago de Compostela ou não. Merece mesmo uma visita propositada, planeada e sem desculpas. Vá para comer, beber e saborear todo o local, ambiente e envolvência. E deixe-se influenciar pelos seus compromissos!




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