27 janeiro 2015

Fada dos dentes


O primeiro dente foi-se. Facto já há algum tempo ansiado pela pequena, não tanto por mim. Vê-la desdentada não era um desejo meu. Teria que ser (um dia) mas nem pensava nisso. Ela, pelo contrário, já há muito dizia com a certeza que a vontade lhe imprimia, que tinha dentes a abanar. A pequena cópia, dizia o mesmo, claro está. Eu? Acenava com a cabeça e sorria, concordando. Se isso as fazia felizes...
Fomos de férias à neve. "Mãe, tenho um dente a abanar! Ok, ok. "
Desta vez tinha mesmo. Pressionava a língua contra o dente para que dúvidas não houvessem. Estava mesmo a abanar. 
E, no dia em que deixamos os professores de ski para trás e fomos esquiar em família, numa varanda à alba paisagem virada, ao trincar o seu francês e delicioso croissant, aconteceu... O que é isto? Diz ela, procurando algo na sua boca. É o dente! Caiu-me o dente! Já tenho uma garagem! Festa, gargalhada e grande felicidade na montanha. A 2600m de altitude é grande nível, filhota!
Urgente! SMS à avó para que avise a fada madrinha francesa!
À noite, procedimento como manda a regra. Dente debaixo da almofada e sono profundo (não fosse a canseira do ski). Troca o dente pela prendinha da boutique do hotel (foi o possível para esta fada estrangeira...) e dorme até de manhã. 
Ao acordar, espreitou ansiosa debaixo da almofada. Nada de dentinho caído. (Ela veio mesmo!). E ao ver o presente, os olhos brilharam: mãe, eu tinha rezado para ela me trazer ESTE presente. ESTE mesmo! 
Esta fada é mesmo um espetáculo! 
E a inocência das crianças uma delícia! Que nos deixa de lágrima no olho só de pensar!




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