Dia dos namorados. Neste dia quero celebrar tudo o que conseguimos ser para além disso. Para além de namorados. Apaixonados. Pais. Zelosos. Profissionais. Dedicados. Amigos. Verdadeiros. Confrontadores de ideias e opiniões. Teimosos. Gestores de tarefas. Mal divididas. Viajantes. Inveterados. Casados. Muito bem casados. Cúmplices. Para a vida.
O tempo passa. O rio corre. A vida renasce a cada acordar do sol. De namoradinhos tímidos passamos a homem e mulher. Tudo muda. Muda para a solidez, para a construção em conjunto, para os projectos comuns. Tudo muda para uma partilha tão intensa que deixa de ser partilha. Por vezes, já nem sei onde começas tu e acabo eu. Individualidades mantidas, obviamente, porque tão diferentes somos que nos encaixamos. Adversidades aparte. Estas existem, é facto certo. Não há casamentos ou relações perfeitas. Assim o dizem. E eu acredito. Da perfeição morreria a paixão e a vontade de sermos melhores. Porque ser melhor a cada dia é ser mais feliz. E se sou mais feliz, também o serás, eu sei. Não és perfeito (talvez apenas e só um amor-perfeito). Nem eu serei, é certo. Mas aprecio que tentes mudar em prol de um assunto com três letrinhas: n ó s. O eu e o tu. Cada um de nós. Juntos. Juntos colocamos cada tijolo de um lar que é o nosso. Juntos trabalhamos a ideia de ir mais além. Juntos projectamos planos sem fim. Juntos entramos num comboio em Moscovo e fomos ter a Pequim. Juntos vimos nascer as princesas da nossa vida. O nosso amor desenhado por mãos de fada. E como é bom vê-las crescer como o nosso amor. Depressa serão umas mulheres e seguirão a sua vida, é o que dizem. Então, que o nosso amor cresça com elas e permaneça em nós. Para que sigamos juntos e cúmplices esta viagem. A nossa. Como até agora. Juntos. Juntinhos. Inquietos e exploradores. Sempre com a sensação insaciável e humilde de que somos amadores. Amadores perante uma vida de lições. Amadores do verbo amar.
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