16 fevereiro 2016

De autocaravana pelas aldeias históricas de Portugal - parte IV


Idanha a Velha 
Chegados a Idanha, parámos a Maria, perto de um dos ex libris da aldeia: a Ponte Romana. 
Entramos numa aldeia ainda adormecida, com pouco movimento e um vento gelado cortante. Um café para acordar a alma e seguimos rumo ao desconhecido que queremos conhecer. Pelourinho, rua acima, rua abaixo, algumas ruínas, a casa da família Marrocos abandonada (e um potencial enorme de espaço a recuperar). Ainda a Porta Norte e alguns (sempre muitos, nunca demasiados) registos fotográficos feitos, como não podia deixar de ser...
 





 

Castelo Novo
Chuvisca em Castelo Novo. Estacionamos no Largo do Município, junto ao pelourinho. Almoçamos nos nossos 18m2 abrigados, na esperança que a chuva se vá com o vento. Mas não. Guarda chuvas em punho e lá vamos nós. Miúdas felizes com pouco: não dizem mal da chuva; alegram-se por abrir suas preciosidades do "Frozen" ou da Minnie, num estilo transparente cool, menos bebé, diria a mais velha....
Castelo Novo acima, rumo ao castelo, obviamente. "Outro castelo! Nós gostamos de castelos", dizem elas! Uma intervenção dos dias de hoje em perfeita harmonia com o antigo castelo, foi o que encontramos. E gostamos! 
 

 





 
 
Piódão
As condições meteorológicas pioram a olhos vistos e temos a maior viagem entre aldeias para fazer: de Castelo Novo a Piódão. Siga que para a frente é o caminho! Não vou dizer que foi fácil. Não foi. Uma estrada cortada (não pelo mau tempo do dia, mas porque "abateu", disseram-nos num café, encolhendo os ombros. (Esperamos que não seja normal abaterem-se estradas por aí, pensamos nós). E dai resultam muitos mais quilómetros em estrada menos boa, Serra do Açor acima. Resumindo: muita chuva, muitíssimo vento, e muita reza minha para não virem carros de frente a cada curva. Muita concentração, alguma tensão, e muitas apitadelas ao entrar nas curvas, assim como a falta de paciência do pai para com os medos legítimos (digo eu, a própria!) da mãe. Olha Piódão lá em baixo, diz o pai. Mas eu só quero é ESTAR em Piódão!, penso eu!  (parar, estacionar, o que seja sem movimento em veículo imenso para aquelas estradas com aquelas condições meteorológicas...). Não fotografas?!, pergunta ele, parando na estrada. Silêncio. Respiro. Passo-lhe a máquina para a mão e penso: está quase...
Chegámos a Piódão, terra que tanto teimou em não aparecer! 
O deslumbre pela sua arquitetura é imediato, qual presépio na abrupta escarpa montado.
Estacionados na praça central, recuperamos energias à lareira, com iguarias locais, na esperança que São Pedro alterasse este seu temperamento "em bica". Mas nada. Uma pequena passeata por estas inóspitas ruelas não podia faltar mas o vento era tal, que se tornava uma luta segurar o guarda chuva nas mãos e os pés no chão.
Para piorar a situação a mãe adoece. Retiro na Maria o resto do dia. Da noite. 
Pela manhã o tempo não melhora. Parece que os céus se zangaram connosco. Não há forças para combater a força desta revoltada natureza. Voltaríamos a casa. Com calma. É a decisão final.
Mas deixo-vos com a ideia de que é uma aldeia única. Negra do xisto. Com o branco contrastante da igreja. Meticulosamente, encaixa as suas casas nas sinuosas e estreitas ruelas. Pontada a azul. Harmoniosa. Sublime. 
Ao sair do Piódão, na estrada, olho esta aldeia à direita e registo uma última imagem. Até um dia! Voltarei para te ver! Num lindo dia de sol!
 
 










 


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