Um dia de sol. Um dia quente e feliz. Damos graças a nós e ao sol pela felicidade.
Tristes os que vivem da noite e da escuridão. Que hibernam quando tudo é quente e colorido. Tristes os que não vêem a luz. Tristes os que vão saem do casulo para aquecer a alma. Que não se deixam abraçar pelos quentes raios. Que não se dão a um qualquer desconhecido apenas porque não lhe é conhecido. Tristes os que fecham portas e não abrem janelas. Tristes os que não sorriem por nada. Tristes os que não experimentam só porque não. Tristes os que não viajam. Que não exploram. Tristes os que não querem saber mais. Tristes os conformados. Tristes os infelizes que usam desculpas para serem tristes.Tristes os que vivem à sombra da bananeira. Tristes os tristes só porque sim. Ou porque não. Gostaria que, num dia de sol, todos os tristes que só porque sim ou só porque não, saíssem à rua e se deixassem aquecer pelas boas e positivas ondas. E assim, como que do nada, nascessem os contentes. Os felizes porque sim e porque não. Os felizes por um sorriso. Os felizes por uma palavra. Os felizes por um olhar. Os felizes porque cantam a sua melodia interior, mesmo que em infernal e caótico trânsito. Os felizes porque sim. Porque o querem ser. Os felizes porque não. Não querem ser tristes.
E, num cinzento e fechado dia de inverno, em que o sol se tornou triste, os felizes saem à rua para sentir o sabor da chuva. Só porque sim. Porque aprenderam a ser felizes. E porque há dias de sol tristes e dias de chuva festiva e feliz. E porque os felizes podem ser tristes um dia. Mas só um dia. O contrário, não é para aqui chamado. Ou recomendado.
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